terça-feira, 27 de abril de 2010

Moro numa cidade onde a polícia mata negros...

Acho até engraçado postar uma coisa com esta conotação aqui nesse blog, pois, a idéia do Paurioca é a imparcialidade, sempre!!!
Não sou um formador de opiniões, apenas mostro o que eu vejo das coisas para que as pessoas possam me dar as idéias que elas têm...

Bom, todos nós sabemos que nove facínoras condecorados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo com o título de oficiais, agrediram físicamente o motoboy Eduardo Pinheiro dos Santos até a morte, de forma criminosa e impiedosa!
Tudo bem, todos nós sabemos que a "corporação" foi criada, e, ainda existe com a missão de proteção da pequena burguesia, e, aristocracia, isso realmente não é segredo. Acontece que a visão deturpada, discriminatória e abusiva com a qual esses assassinos olham, tratam e agem com o resto da sociedade é extremamente revoltante, principalmente para uma pessoa como eu que tem um mínimo de cultura, mas, está do lado frágil dos elos que seguram a corrente...
Eu sinceramente não tenho palavras para expressar a minha revolta por este e mais milhares de casos que eu conheço muito bem do abuso da pseudo autoridade desses monstros e que a Globo não colocou no ar por falta de informações, omissão ou qualquer que seja o motivo...
Esse crime hediondo que ocorreu me remeteu diretamente aquele caso em Diadema, que foi uma das primeiras denúncias filmadas por cinegrafistas amadores que a Globo colocou no Ar... Sinceramente não gosto nem de lembrar!

Em suma, o senhor comandante geral da PM Álvaro Batista Camilo escreveu de próprio punho uma carta para a mãe do motoboy covardemente assassinado por esses monstros que têm a lei do lado deles.
Abaixo alguns trechos da carta escrita por ele:

Ele se dirige à mãe de Santos, pede desculpas pelo que “pessoas insanas e desumanas” fizeram com a família dela. Ele diz que, como pai, lamenta o “ato inconcebível desses homens que usavam farda da Polícia Militar”. Classifica como “abominável” a conduta “desses homens que se dizem defensores da lei e da ordem” e diz que “suas condutas demonstram que eles andaram no caminho do mal”.

O comandante ainda diz: “É evidente que nada apaga a dor da ausência e nenhuma palavra trará seu filho de volta, porém é necessário que firmemos a convicção da fé em Deus de que buscaremos a justiça de toda forma.” Ele acrescenta, ainda, que a corregedoria trabalhará permanentemente para “descobrir e punir severamente os autores desse inescrupuloso crime”.


Ainda tenho minhas dúvidas com relação a quantidade de pessoas que lerão esse texto, e, é claro o quão tocante ele pode ser, pois, infelizmente a morte de um cidadão negro, assalariado, residente de áreas periféricas, muitas vezes se torna motivo de piadas por parte da população.

Tenho exemplos vivos disso, e, sinceramente mesmo que o preconceito racial ainda exista, mesmo que ainda existam animais que pensem que a quantidade de melanina na pele seja o determinante do grau de inteligência de um ser humano, não se pode esquecer que esses que morrem covardemente nas mãos dos "seus" protetores, ainda são humanos, têm família, filhos, mãe, pai... Se em você não dói, na família dele a dor é exatamente igual (ou até pior) à que a sua família sentiria se fosse com um membro dela.


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