Vendo a frase “Corinthians, vem sonhar Libertadores aqui fora, vem." (Pedro Bial)” tentei imaginar como seria se a Libertadores fosse um reality show da Globo e, após o primeiro paredão do programa, Bial anunciasse o Corinthians sendo eliminado:
“De embriões a trombadinhas. De trombadinhas a pivetes. De pivetes a travestis. O terceiro sexo, a terceira guerra, a terceira Libertadores. Sorte, Raça, Competência. O que me tornará campeão? A raça que desafia a sorte, a incompetência que desafia a ambos. O futebol, dizem, pune aqueles que ousam desafiar o heterossexualismo e a língua portuguesa. Quem nunca abandona, acaba abandonado. É o turbilhão de emoções que me faz, todo ano, chorar copiosamente e beijar o desdentado ao lado. A história é sempre assim, vai e vem, vem e vai, sempre igual. Pelas ondas do rádio, pelas antenas de televisão. Tanto faz. Os mesmos aparelhos que espalham amor, espalham alegria, e também espalham a dor.
Dois e zero. Zero e Dois.O que são esses números? Sentimentos binários, bissexuais, obesos, complexos, contraditórios, fluindo pelas veias abertas da América Latina. Libertando a América daqueles que lutam. Aprisionando, porém, a nação que ovaciona Sodoma, que festeja Gomorra. Coisas da vida. Fatos. Crônicas. Mas de uma morte anunciada.
Tenho casa agora, a construção está a milhão. Todos meu fiéis amigos nela caberão. Mas o enfeite que tanto almejo para abrilhantar minha casa... vai ficar pra depois. Pra daqui a 100 anos. Ah, o número 100! Muito diz, pouco significa. Mas é com 100, com 100% de gols colombianos que eu digo, vem, Corinthians, vem ver a Libertadores aqui de fora!”
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